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O eucalipto – problema ou solução.

Carta aberta às autoridades governamentais, aos órgãos ambientais,
às empresas interessadas na exploração, aos técnicos agrícolas, universidades etc.

Tenho uma propriedade rural em Santa Bárbara no estado de Minas Gerais,  ela foi adquirida no ano de 1992 e fica bem próximo da cidade, mais ou menos quatro quilômetros.
Na minha opinião, de vários agricultores e de grande  parte da população, o eucalipto que foi e ainda é plantado em larga escala em nossa região, causou e continua causando um desequilíbrio ambiental de enormes proporções, ou seja, a alguns anos não temos frutas sadias em nossa região, os insetos como as moscas e outros que outrora viviam nos locais de mata nativa que deram lugar
ao eucalipto, migraram para nossos pomares à procura de alimentos ( segundo os entendidos, no eucaliptal não vive espécie nenhuma de animal). Nascentes que eram abundantes diminuíram bastante e
até estão secando na estiagem, as aves que viviam no ambiente anterior como: jacupemba, maritacas e outras estão invadindo as cidades, hortas, pomares para se alimentarem, sem contar os animais peçonhentos. Não me surpreenderia se a proliferação do mosquito da dengue “aedes aegypti” está ligado ao aumento das áreas plantadas com eucalipto, pois, o habitat natural deles, são as florestas nativas.
Em Antônio Dias também em Minas gerais, minha terra natal o eucalipto também é cultivado em larga escala e pude observar o mesmo problema.

Vídeo de jacupembas saboreando jabuticabas na casa dos meus pais em Antônio Dias, zona urbana.

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Segundo a consultora de meio ambiente do Idec, Lisa Gunn, utilizar madeira de área reflorestada é sempre melhor do que derrubar matas nativas, mas isso não quer dizer que o meio ambiente está protegido. “Quando o reflorestamento é feito nos moldes de uma monocultura em grande extensão de terras, não é sustentável porque causa impactos sociais e ambientais, como pouca oferta de empregos e perda de biodiversidade”. Sob o argumento de reflorestamento, criam-se verdadeiros desertos verdes de produção de madeira para fábricas de celulose. O eucalipto é a principal espécie dessa estratégia e danifica o solo de forma irreparável: uma vez plantado, não é possível retomar a fertilidade da terra e seus minerais. Além disso, as raízes do eucalipto penetram nos
lençóis freáticos, prejudicando o abastecimento de água das regiões. Cada pé de eucalipto é capaz de consumir 30 litros de água por dia.
De acordo com algumas pesquisas científicas, a monocultura do eucalipto, por exemplo, consome tanta água que pode afetar significativamente os recursos hídricos. Segundo Daniela Meirelles Dias de Carvalho, geógrafa e técnica da Fase, organização não-governamental que atua na área sócio-ambiental, só no norte do Espírito Santo já secaram mais de 130 córregos depois que o eucalipto foi introduzido no estado.
Fonte: http://www.ecolnews.com.br/desertoverde/
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Observem este pé de laranja que foi fotografado por mim no final mês de março de 2015, antes do amadurecimento das frutas elas ficam amareladas devido ao ataque de insetos e caem, isso está acontecendo com quase todas as frutas da minha propriedade.

Assista ao vídeo abaixo até o final para ver explicações muito bem detalhadas sobre os prós e os contras.
Vídeo apresentado na disciplina “As plantas e a sociedade”, do curso de Ciências Biológicas da Universidade de São Paulo.

Conclamo as autoridades, os orgãos ambientais, as empresas como Cenibra, Gerdau e outras que tem interesse  econômico na exploração desta espécie exótica, para discutir o problema afim de resolver esta situação o mais rápido possível, antes que seja tarde demais.

José Célio dos Santos

Santa Bárbara , Mg – 13 de abril de 2015.